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O tempo presente e o tempo passado estão ambos talvez presentes no tempo futuro

Num certo sentido, os mortos são criaturas dóceis. Posso afirmar — com leviandade mas sem oposição — que Cioran escreveu estas notas depois de ter lido a crónica de hoje do Guerreiro:  «Tenho uma percepção tão directa dos desastres que o futuro nos reserva, que me pergunto onde ainda encontro força para enfrentar o presente. (...) Se pudéssemos ver o nosso futuro, enlouqueceríamos de imediato.  (...) Por mais desiludidos que sejamos, um dia havemos de parecer necessariamente ingénuos, pois o futuro excederá em muito as nossas visões mais sombrias. (...) O meu tempo não é o tempo da acção: agir é viver no presente e no futuro imediato. Mas eu só vivo no passado longínquo e num futuro ainda mais longínquo.  Diz-se (diz a ciência) que a Grã-Bretanha ficará completamente submersa e coberta de água daqui a quinhentos mil anos. Se fosse inglês, bastaria esse facto por si só para me paralisar e para justificar a minha recusa à acção.»

Go, go, go,

Não é só da fotografia de Cioran, ando quase sempre à procura de qualquer coisa — uma frase, uma imagem, uma cor, o que seja — que não existe ou então é totalmente diferente da minha percepção. Ainda agora, estava tão certa que o pássaro que nos enxota e diz que não aguentamos muita realidade era do mundo aventuroso de Alice.