No conto de Borges, há um punhal fechado na gaveta de uma secretária que sonha com uma mão. Um punhal que não é usado é um objecto inútil, sem préstimo. Mais cedo ou mais tarde, a lâmina reclamará a sua libra de carne. Punhais, balas, tanques. Mísseis adormecidos em gavetas de aço e betão. Que sonhos terríveis povoam o seu sono agitado?
Da noite de ontem fica a imagem de uma das sequências de Chant d'Hiver , de Otar Iosseliani. O porteiro de um prédio chique de Paris, que troca armas pesadas por livros.