Há apenas três referências ao tango nos Cadernos  e mais uma no pequeno Caderno de Talamanca ,  mas que não restem dúvidas quanto à importância do tango para Emil Cioran — como experiência musical mas, principalmente, como estado de alma.  Se isto fosse um caso de polícia e quisesse provar a relação entre os dois, bastava contar as vezes que Ramón Gómez de la Serna usa a palavra “desengano” — crucial no pensamento e na vida de Cioran — na sua  “Interpretação do Tango”.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral