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Observações avulsas sobre o bonfim #66

A mulher que costuma vender 5 pares de meias por 5 euros junto à paragem de autocarros do Campo de Agosto aos sábados de manhã percebe muito de comércio. Hoje, por causa da morrinha, vende guarda-chuvas. Apregoa «guarda-chuvas para a chu-va» partindo ao meio a palavra chuva e carregando no som grave. Está vestida de preto, mas por cima da roupa tem um avental cor-de-rosa com rendinhas. O avental cumpre dois papéis: confere-lhe imediatamente visibilidade e estatuto de vendedora e é uma caixa registadora portátil — serve para guardar o dinheiro no bolso (grande e ao centro) com fecho-éclair.

Observações avulsas sobre o bonfim #26 (anexo)

O senhor Pedro atende à porta sobre duas caixas de plástico transparente empilhadas. Um cesto para o pão, pilhas, detergente, o que calhar. Desejam-lhe boa Páscoa, ele responde “igualmente” e despede-se com “tudo de bom”. Apesar do sotaque, o senhor Pedro já domina a linguagem local. Nota-se que não é completamente português porque agradece e sorri muito.

Observações avulsas sobre o bonfim #26

As lojas dos chineses quase desapareceram (ficaram as lojas do Pedro e da Sónia). Assim como as agências bancárias. As casas de compra de ouro duraram pouco. Mantêm-se as padarias, vendas de frutas e legumes, restaurantes, confeitarias, cafés. E as farmácias. Abriram algumas imobiliárias, lavandarias e supermercados. Mas o que há mais são cabeleireiros e talhos.