Ninguém escapa. Na contracapa de “Um repentino pensamento libertador”, duas referências: “por muitos considerado o Raymond Carver europeu” e “o humor seco e absurdo de Askildsen não é muito diferente do de Beckett”.   (Desconfio que isto acontece com mais frequência nos livros de contos.)   Como se os críticos precisassem — antes de qualquer pensamento — de arranjar um lugar para cada escritor numa tabela periódica. Todos ordenados de acordo com os números atómicos, configuração electrónica e recorrência das propriedades.   — E isso basta?  — Para a Amazon vender, sim.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral