Como seria de esperar — bom, como eu esperava —, logo na página 115 surge uma definição de filósofo. Dostoiévski entrega a tarefa a uma personagem um bocado avariada da cabeça ou, pelo menos, destravada.   No seu primeiro encontro com Nastássia Filíppovna, Ardalion Aleksándrovitch diz:   (...) Em todos os outros sentidos, vivo como um filósofo, ando, passeio, jogo damas no meu café, como um burguês que se afastou dos negócios, e leio o  Indépendance .   É uma imagem suave (quase roça o tema das camisas brancas), fácil de pôr em prática.  Continuo a preferir a cena das vacas escrita pela Lydia Davis — mais contemporânea e exigente?
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral