Nove e pouco da manhã. Estou sentada no jardim do Calém a apanhar sol, a fazer tempo.  Ele vem ter comigo e diz:  — Não tenha medo de mim, eu não sou um assassino.  Depois acrescenta muitas coisas, conta uma história complicada quase sem sentido, mostra-me as mãos abertas, mas já não presto atenção. Aquela frase podia ser d’ O Idiota. Se o banco fosse verde.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral