As personagens escutam atrás das portas, os móveis têm gavetas secretas, os papéis voam, as fotografias caem das paredes, os mortos falam por carta com os vivos. Os vivos vêem coisas, pressentem outras, bebem sem parar para não ficarem sóbrios, mentem uns aos outros - os mortos são os únicos que não mentem -, lançam fogo à casa. «Não há remédio?», pergunta o filho. «Não, não há remédio», responde a mãe. O Pelicano , de Strindberg, é uma história de terror.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral