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A alegria de destruir

Haverá um dia, talvez, em que o historiador consentirá em lançar um olhar à História focado nas suas mais baixas formas de tédio. É o tédio que é a fonte das alterações súbitas, das guerras sem motivos, das revoluções mortíferas; não existe causa mais operante do que ele. Surge uma necessidade de sentir existir, de romper com a monotonia do ser, do puro imaginável; o assassínio, a vingança e a alegria de destruir por destruir circulam livremente num povo que, ainda há pouco tempo, parecia tranquilo e sábio, a suprema flor de uma civilização consomada. Os historiadores dirão depois que causas políticas, económicas e sociais explicam essa erupção; evidentemente, mas não atentaram no facto elementar de que esse povo se entediava. 

Comentários

boa moite disse…
Na Montanha mágica há justamente um capítulo que se chama "o grande tédio"