Da investigação de E. Soja, imagino algures no chamado Crescente Fértil - hoje a ferro e fogo, do Estado de Israel ao Estado Islâmico –, um grupo com o seu chefe no cimo de uma colina. Diz um: – pelo pó que ali se levanta ao longe, vem aí um grupo com o seu rebanho! – sim, diz outro, espécie de chefe, vamos matá-los todos e as suas cabras e reservas de alimentos serão para nós um “excedente” de quem dele já não precisa. Assim fizeram e foi uma chacina. Dali a tempos, repete-se a cena. Diz um: – pela poeira que se levanta ao longe, vem aí um grupo com o seu rebanho! – sim, diz o tal chefe, agora todo-poderoso pelo sucesso que teve na operação militar anterior; agora não vamos repetir a asneira da outra vez: matamos metade e escravizamos os outros para trabalharem, pastorearem o rebanho e agricultarem estas terras aqui à volta da colina. Tantas vezes isto ocorreu, que o pessoal nómada que por ali deambulava com os seus rebanhos começou a passar palavra de umas tribos para outras dizen
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral