Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta tragédia

Oráculo

O tempo arrefeceu e fui desenterrar do armário um casaco mais quente. Do fundo dos bolsos, saltaram duas máscaras dos anos da pandemia. Como os velhos adereços do oráculo numa tragédia.  A peste não vai acabar. E a guerra, como papagueiam os comentadores mais excitados, é «eterna».

Dois lados do muro

Leio o texto do Cioran, traduzido pela Cristina , sobre as pessoas que «sentem que estão de passagem», que têm «a sensação de ter entrado na vida como uma ventania», e lembro-me de uma notícia que li há uns dias. Um norte-coreano que tinha conseguido fugir para a Coreia do Sul, voltou para o norte. Ou melhor, fugiu para a Coreia do Norte, escalando uma barreira de cerca de três metros com arame farpado e arriscando assim a vida pela segunda vez, na fronteira mais vigiada do mundo. Na mesma notícia pode ler-se que este caso está longe de ser isolado: pelo menos outros trinta «desertores» norte-coreanos fugiram da Coreia do Sul para o norte nos últimos anos. Talvez esteja a confundir alhos com bugalhos. A misturar filosofia de sábios com tragédia de espoliados. Demasiado romantismo da minha parte. Demasiada ficção e pão na mesa. Sim, é o mais provável.