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O peido de rã (outra vez)

Durante quatro anos (entre 1971 e a morte de Franco), Paulino Viota e o seu primo Javier Vega (trabalharam juntos em José Luís , Fim de um inverno , Contactos  e Com unhas e dentes ) tentaram fazer um filme explicitamente político inspirado nas peças didáticas de Bertolt Brecht, mas não conseguiram dinheiro. O argumento foi considerado primeiro demasiado vanguardista, depois demasiado didáctico. Conforme iam trabalhando o argumento e a abordagem cinematográfica, também mudavam os títulos: ...E o ouro dos seus corpos , Táctica , Os explorados falam de exploração , ou O mar não é surdo . Nota: mais um (entre outros) para a  lista de Henri Lefebvre.

Este mundo

Devia haver um livro de Edward T. Hall sobre insultos e imprecações, do género dos que ele dedicou ao tempo e ao espaço. Na falta de fontes eruditas, restam as palavras vulgares (que até assentam melhor aos textos de Cioran, não me posso esquecer disso nunca).  “ Ce monde qui ne vaut pas un crachat ” traduz-se quase automaticamente por “este mundo que não vale um peido”. (Pensei na rã, claro, mas eliminei-a logo — não me permito golpes desses.) Acho que Cioran era capaz de gostar desta troca escatológica; peido é mais angelical que escarro .