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A mostrar mensagens com a etiqueta Bertold Brecht
Sai do escuro e caminha / À nossa frente algum tempo / Amigável, com o passo leve / Da bem decidida, terrível / Aos terríveis.

É esta insensibilidade que temos que combater

A memória da humanidade para os sofrimentos passados é surpreendentemente curta. A sua imaginação para os possíveis sofrimentos futuros é ainda menor. É esta insensibilidade que temos que combater. Pois a humanidade é ameaçada por guerras que não têm em conta as esperiências anteriores. E essas guerras terão lugar se àqueles que as preparam não lhes forem cortadas as mãos. Bertold Brecht, 1952, citado no final de Antigone ou Die Antigone des Sophokles nach der Hölderlinschen Übertragung für die Bühne bearbeiteit von Brecht 1948 

Weigel-Brecht

A última casa onde Weigel e Brecht viveram fica ao lado do cemitério francês de Berlim, em Chausseestrasse. Mudaram-se para ali no princípio de 1954. Todas as janelas têm vista para o cemitério. A casa é tranquila e luminosa. Weigel e Brecht estão enterrados na parte do cemitério mais próxima da casa, do outro lado das janelas. O túmulo fica aos pés de um enorme castanheiro-da-índia. Quando o vento sopra, um ouriço cai com estrondo sobre as lápides. Há castanhas espalhadas por toda a parte. Duras, selvagens, incomestíveis.

Tempos difíceis

De pé à escrivaninha Vejo pela janela no jardim um sabugueiro E reconheço nele coisas vermelhas e pretas E lembro-me de repente do sabugueiro Da minha infância em Augsburgo. Vários minutos fico a pensar Muito a sério, se irei ou não à mesa Buscar os óculos pra ver outra vez As bagas pretas nos raminhos vermelhos. Bertold Brecht, traduzido por Paulo Quintela.

Mummlius Spicer

Encostado à janela, examinou as nossas cartas de recomendação com um cuidado extremo. Adivinhava-se-lhe a profissão pela maneira como manuseava os papéis. Os financeiros lêem com mais atenção do que os bibliófilos; conhecem melhor do que estes os inconvenientes que podem resultar de uma leitura demasiado apressada. Bertold Brecht, “ Os negócios do Senhor Júlio César”, tradução de A. Ramos Rosa e Ana Maria Marques de Almeida, Portugália Editora.