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1951, o ano do sabão

Em 1951, a indústria cinematográfica sueca sofre uma grave crise. Nenhum grande filme foi produzido nesse ano. A actividade de Bergman exerceu-se então no domínio do filme publicitário. Resultado: nove curtas-metragens de propaganda para uma marca de sabão. Jacques Siclier, Ingmar Bergman . Tradução de A. Freire de Meneses.

Uma óptima ideia

«Naquela altura tinha um contrato com a Svensk Filmndustri para começar as rodagens de um filme, em Junho. Tratava-se de uma fantochada que teria por título  Os Canibais . Já em fins de Março compreendera que me seria impossível realizar este filme, por isso propus à companhia que fizéssemos um filme  pequeno , só com duas mulheres. À pergunta muito cortês do director sobre o tema do filme dei uma resposta um tanto evasiva. Iria tratar de duas mulheres ainda novas que, sentadas numa praia e com chapéus enormes na cabeça, se entretêm a comparar as mãos uma da outra. O director não fez comentários. Disse-me apenas, entusiasmado, que era uma óptima ideia.» Ingmar Bergman, Lanterna Mágica . Tradução de Alexandre Pastor.

Três filmes

Por razões práticas, fui rever Da Vida das Marionetas , de Bergman (1980). O que une este filme a Warum läuft Herr R. Amok? , de Fassbinder (1970), e Jeanne Dielman , de Akerman (1975), é muito mais do que um ténue fio agitado pelo ar daqueles tempos. (Escrevo «ar daqueles tempos» para facilitar.) O que os une é uma corda de aço.

A morte

A morte é uma ocorrência vulgar, talvez a mais vulgar que podemos conhecer. A sua natureza rasteira não se deixa apanhar por raciocínios intelectuais ou palavras engenhosas. O nevoeiro filmado por Carpenter está mais perto da sensação da morte do que o jogo de xadrez de Bergman.

Fruta da época

Estamos em Fevereiro e nas frutarias ainda há dióspiros. Frescos, doces, suculentos. Acabados de colher. Parece que os calendários continuam em vigor, mas por simples hábito. Nos velhos diospireiros, obedientes ao tempo ancestral da natureza, alguém enxertou o tempo acelerado dos negócios. A «fruta da época» foi substituída pela «época sem fim da fruta». Volto, uma vez mais, ao pesadelo do velho Isak Borg: relógios sem ponteiros.

Relógios

Dir-se-ia que o domingo não passou de um sonho. Sem horas, sem minutos. Um sonho de paredes brancas e relógios sem ponteiros, como no pesadelo que anuncia ao Prof. Isak Borg a sua própria morte.