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A mostrar mensagens com a etiqueta Charlie Chaplin
O último plano de Folhas Caídas liga directamente aos Tempos Modernos de Chaplin, isso é evidente. Mas também me lembrei de uma coisa que Jean-Marie Straub disse a respeito do bloco sobre o regresso do prisioneiro de Comunistas : que tinha vontade de filmar um par de namorados sem lhes mostrar os rostos.  E ali estão: ele de pé ela sentada, de costas, na varanda, virados para a rua.

Impedem-me de dormir

Sabiam que vivo obcecado por dois monstros? Eles tornam-me a vida praticamente impossível: são eles Charlie Chaplin e René Clair… À medida que avançávamos na construção do nosso argumento, acontecia-nos por vezes ficarmos bastante satisfeitos com o nosso trabalho, com as nossas descobertas, mas não por muito tempo! No dia seguinte, coçava a cabeça e dizia: o Charlie já pensou nisto, há vinte e cinco anos! Ou então: René Clair fez isto naquele filme!... Depois deles, o cinema tornou-se quase impossível!... Juro-vos que me complicam a vida e impedem-me de dormir. Vittorio De Sica, a propósito de O Milagre de Milão , citado por André Bazin (folha de sala da Medeia).

A Quimera do Ouro

Trambolhões, cambalhotas, escorregadelas, passos em falso à beira do abismo, montanha acima, montanha abaixo. Estes tempos da grande corrida ao ouro das farmacêuticas pedem desesperadamente um novo Chaplin. Onde está ele? Em que canto do mundo continua confinado?

Quatro por quatro

Imaginemos um díptico. A face da esquerda está em branco. Na face direita podemos ver  A lei do mercado , de Stéphane Brizé. Se, num exercício, tivesse de preencher a face em branco e completar o díptico, escolheria Chronique d'un été , de Jean Rouch e Edgar Morin. Uma das histórias mais impressionantes de Chronique d'un été é a de Angelo, o operário da Renault que diz trabalhar vinte e quatro horas por dia: acorda às cinco da manhã, segue de transporte até à fábrica, cumpre uma jornada de nove horas de trabalho, regressa a casa, come e dorme para recuperar energias, e começa tudo de novo às cinco da manhã do dia seguinte. Um dia após o outro, sem pausas. Dormir, diz ele, faz parte do trabalho. O que mudou entre a história de Angelo e a de Thierry, o personagem de Brizé, que trabalha como segurança num supermercado dos nossos dias para «ganhar a vida»? Em  A lei do mercado , há uma sequência em que Thierry e a mulher estão a aprender a dançar rock, naquele que é o único m...