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Aproximar as coisas que nunca foram aproximadas

A maior parte das coisas interessantes que leio sobre cinema não foram escritas intencionalmente sobre cinema. Na página 26 de   Tão Longe de Sítio Nenhum , de Ursula K. Le Guin, apanhei um parágrafo que se aplica aos meus filmes preferidos e, mais adiante, uma óptima descrição do trabalho de Godard: De facto, pode dizer-se que a música é um outro modo de pensar, ou talvez pensar seja uma outra forma de música .

Sem corrimão

Há ainda o outro aspecto para o qual Draenos chamou a atenção... «pensamento sem fundamento» . Tenho uma metáfora que não é assim tão cruel, e que nunca publiquei, tendo-a guardado para mim. Chamo-lhe pensar sem corrimão. Em alemão, « Denken ohne Geländer ». Ou seja, à medida que subimos ou descemos umas escadas podemos sempre agarrar-nos ao corrimão para não cairmos. Mas nós perdemos esse corrimão. É assim que eu vejo a coisa. E é isso, com efeito, o que tento fazer. Da Conferência de Hannah Arendt na Universidade York, de Toronto, em novembro de 1972. Publicado como epígrafe em « Pensar sem Corrimão (Uma Antologia)». Tradução de João Moita. Relógio d’Água, setembro de 2019.