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Nomes de pássaros num folheto turístico da Serra do Alvão

Maçarico-das-rochas, bútio-vespeiro, tartaranhão-caçador, tartaranhão-azulado, gavião, águia-cobreira, águia-calçada, bútio-comum, peneireiro-vulgar, ógea, falcão-peregrino, andorinhão-preto, andorinhão-pálido, poupa, pica-pau-malhado, laverca, petinha-das-árvores, petinha-dos-campos, alvéola-amarela, alvéola-cinzenta, alvéola-branca, melro-d’água, carriça, ferreirinha-comum, pisco-de-peito-ruivo, rabirruivo-preto, cartaxo-comum, chasco-cinzento, melro-das-rochas, tordoveia, toutinegra-de-bigodes, papa-amoras, toutinegra-do-mato, felosa-de-bonelli, felosa-ibérica, chapim-de-poupa, chapim-carvoeiro, trepadeira-azul, trepadeira-comum, pega-rabuda, gaio, gralha-de-bico-vermelho, corvo, gralha-preta, estorninho-preto, pardal-montês, pintarroxo, dom-fafe, cruza-bico, escrevedeira-de-garganta-preta, cia e sombria.

Os pássaros do Marquês

Um bando de publicitários decidiu pendurar nas árvores do Marquês um sistema de som que reproduz, sem descanso, o canto gravado de vários pássaros. Apesar do barulho do trânsito, o monstruoso chilreio ouve-se em toda a praça e nas ruas mais próximas. As aves de carne e osso, tomadas de pavor, voaram para longe. Nem os pardais ficaram. Espécie esquisita de gentrificação.
No mesmo dia em que Rui Rio ganhou as eleições internas do PSD, o filme Distopia , de Tiago Afonso, foi premiado no Porto/Post/Doc.  Os antigos chamavam a estes sinais, augúrios ou auspícios — uma espécie de aviso dos deuses. Mas os políticos deixaram de perscrutar o movimento dos pássaros há muito tempo.

Observações avulsas sobre a boavista #3

Hoje a avenida da Boavista parecia um jogo electrónico antigo cheio de pistas esquisitas. Não sei se é influência do Leão de Belfort, se é deste calor exagerado, se é de acordar demasiado cedo. Logo no início, uma t-shirt branca com uma espécie de labirinto estampado na frente enfiada numa cruzeta pendurada na porta do restaurante vegetariano (acho que era o meu número); mais adiante, um pássaro cansado; junto ao bingo, um cartaz publicitário de um banco encravado a meio com esta frase à altura dos meus olhos: “nunca deixe de procurar”. Procurar o quê? Precisava de um dicionário de pistas, mas um livro desses, tão perigoso, deve estar escondido num túmulo no oriente e o Indiana Jones já está velho para resgates. Ou então; talvez seja necessário outro o género de herói? Talvez precise daqueles calhamaços que ligam uns para os outros e Groucho Marx vende nas corridas de cavalos como se fossem gelados. Ou então, pelo menos, um gelado. Isso deve servir.

Sapos & homens

O Princípio da Singeleza não se aplica a Bufo & Spallanzani. Neste romance tudo é fim, aparato e fausto. O ritmo rápido e engatilhado das sequências é uma pista falsa. Aliás, creio que Guedes, o tira, só existe com aquelas qualidades tão planas para contrastar com o multiforme Gustavo Flávio (em francês, Gustave Flaubert). Narrador e narração são exuberantes, no sentido dos pássaros que ganham cores e dimensões exageradas para as suas conquistas sexuais (ver Ronald Fisher). A questão do género policial também é um artifício, o homicídio de Delfina Delamare (em francês, Delphine Delamare) não passa de um macguffin. Conclusão: Bufo & Spallanzani não é bem um livro, mas uma aula de literatura — convém chegar prevenido. Só recebe quem dá. ——— “É apenas uma história de sapos & homens. Nada a ver com a simbologia de Of mice and men . Na orelha do livro o editor dirá alguma coisa para ilustrar e motivar o leitor. Na França, pois o livro será editado em outros países, como te...