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Uma certa alegria enterrada

Uma das piores coisas que podem fazer aos filmes de Huillet e Straub é cortar-lhes o diálogo, apresentá-los como obras cinematográficas desgarradas ou, pior ainda, como  objectos artísticos . Esse isolamento não é mais do que um caminho de redução, esquecimento e morte. Pela minha parte, faço tudo o que posso para os aproximar do ar livre, dos outros, dos meus pequenos gestos diários (ajudam-me tanto a ver a ouvir e a descobrir no fundo de tudo uma certa  alegria   enterrada ). No sábado levei Karl Rossmann ao Nimas para falar de O sangue .  Amanhã, levo o método de Trop tôt, trop tard para encostar a D’est,  de Chantal Akerman .

Encontros com Paul Celan

Précis de décomposition (Breviário de Decomposição), o meu primeiro livro escrito em francês, foi publicado pela Gallimard em 1949. Já tinha publicado cinco obras em romeno. Cheguei a Paris em 1937 com uma bolsa do Instituto Francês de Bucareste e nunca mais daqui saí. Mas só em 1947 é que pensei desistir da minha língua nativa. Foi uma decisão repentina. Mudar de idioma aos 37 anos não é tarefa fácil. Na verdade, é um martírio, mas um martírio frutífero, uma aventura que dá sentido ao ser (e como ele precisa disso!). Recomendo a qualquer pessoa que esteja a passar por uma grande depressão lançar-se à conquista de um idioma estrangeiro, para ganhar energias, para se renovar completamente através da Palavra. Sem o meu impulso para conquistar o Francês, podia ter-me suicidado. Uma língua é um continente, um universo, e quem dele se apropria é um conquistador. Mas vamos ao que interessa ...  A tradução alemã do Précis revelou-se difícil. Rowohlt, o editor, contratou uma mulher não q