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A mostrar mensagens com a etiqueta Branca de Neve

Deixa lá isso

A certa altura, a Branca de Neve exige ao Príncipe que pare com a sua empolada tagarelice e as suas intermináveis promessas de fidelidade: «Porque falas assim sem parar?» Se ele estivesse efectivamente rendido aos encantos da donzela, não precisava de taramelar «como uma cascata sobre o silêncio». Só a infidelidade, diz ela, «palra tão depressa». O Príncipe, lapidar, responde: «Deixa lá isso!» Na voz de um bom actor, é das frases mais desconcertantes e engraçadas do dramalhete de Robert Walser.

A nossa enxada e a nossa pá

Muitas das coisas que Cioran escreveu sobre o misticismo são úteis para perceber — ou tentar perceber — o Partido Comunista Português. Claro que qualquer militante praticante desafiar-me-ia já para uma discussão materialista sobre o assunto. Eu própria, se tivesse cartão, era capaz de o fazer. Horas e horas a esgrimir frases construídas com régua e esquadro.  Dito isto, só posso ser representada por um partido obsoleto. Li demasiado, o meu sonho é fazer ainda a revolução no passado.  A nossa enxada e a nossa pá  Nós usamos pra cavar  Cavando a nossa mina  Noite e dia sem parar