Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta leis do mercado

A iniciativa liberal

Foi hoje divulgado o chamado «ranking das escolas». O outro nome para este «ranking» é: campanha publicitária promovida pelo Estado a favor dos colégios e escolas privadas. A mais grotesca, asquerosa e despudorada das campanhas publicitárias. Mais uma vez, as empresas de ensino privado não precisaram de pagar um cêntimo por este anúncio difundido em todas as televisões, rádios, jornais e internet. O sonho molhado de qualquer «empreendedor»: uma campanha milionária anual patrocinada pelo Estado.

Mercado regulado

Nos Estados Unidos, um bando de malucos fortemente armado e encorajado pelo presidente, invade o Capitólio, mata polícias, pilha e parte tudo o que encontra pela frente. Na Rússia, o CEO de uma empresa privada de guerra, cujo principal cliente é o Estado, ameaça marchar com os seus colaboradores até Moscovo, numa espécie de operação comercial falhada e sem consequências. Conclusão: o capitalismo russo é mais ordeiro.

As leis do mercado

Dois ou três bancos faliram nos Estados Unidos e um grande banco na Suiça está prestes a cair. As primeiras páginas dos jornais pintam-se com os títulos do costume: «crise bancária», «risco sistémico», «quedas históricas nas bolsas». Regressam em força os comentadores de economia e o seu olímpico despudor: «toda a gente sabia que ia acontecer», «todos os economistas e comentadores previram isto», «a culpa obviamente é do regulador», «a falta é dos bancos centrais», «a responsabilidade é dos estados». Adivinham-se facilmente os próximos comentários dos mesmos sábios: «O Estado tem de intervir», «o Estado tem de apoiar os bancos», «o Estado tem de pagar». Ah, a beleza do mercado.

A lei do mercado

Não há casas no Porto para os tripeiros! Não há quartos para os estudantes! Não há sequer um anexo nas traseiras para os professores! A cidade está a abarrotar de turistas e donos gulosos de alojamentos locais. No céu, há mais gruas do que gaivotas. O senhor director do jornal está chocado. Ainda não tinha reparado. Afinal, o Estado deve intervir e corrigir esta «anormalidade do mercado» (as palavras são do senhor director). O mercado tem destas coisas, pobrezinho: às vezes fica a modos que «anormal». Mas é raro.

Guerra

O vento que soprou com fúria durante a noite, arrancou mais uma vez os painéis publicitários da Rua da Constituição. Há pedaços por toda a parte, misturados com guarda-chuvas partidos e galhos de árvores. O que sobrou dos anúncios pende agora das estruturas metálicas como trapos sujos e sem préstimo. Pequenos destroços da grande guerra entre a natureza e as leis do mercado.