O trabalho intelectual de Jane era de três tipos. Em primeiro lugar, e em segredo, escrevia poesia de uma natureza absolutamente não racional, em que ocorriam, mais ou menos na mesma proporção das cerejas num bolo de cereja, certas palavras que ela descrevia como tendo “propriedades incandescentes”, tais como flancos e amantes, a raiz, a rosa, a alga e a mortalha. “Raparigas de Escassos Recursos”, de Muriel Spark, tradução de Margarida Vale de Gato, edição da Relógio d’ Água, página 39.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral