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Espectros

À noite, sem mesas e cadeiras, as esplanadas que ficaram do tempo da pandemia lembram palcos de teatro. Centenas de palcos espalhados por toda a cidade. Vazios, silenciosos, abandonados. Os fantasmas dos actores do passado divertem-se.

Navio fantasma

«É o nevoeiro no Tejo que tem feito um navio buzinar toda a noite.» Leio este título no jornal. Fecho os olhos, ei-lo: o vago vulto de um navio, preso no nevoeiro, a trezentos quilómetros de distância, lamentando a sua fraca sorte de fantasma, uivando no fundo do meu ouvido.

Grafíti

O grafíti que alguém tinha pintado na parede do outro lado da rua desapareceu. Veio a brigada da câmara e pintou por cima. Agora é uma simples parede de um monótono e amnésico azul. Enquanto fumo um cigarro à janela, olho com mais atenção e vejo a sombra nítida do velho grafíti por detrás da tinta camarária. Não há como evitar: parece um fantasma preso para sempre à parede, mais visível do que nunca.