Nunca compreendi a leviandade dos alemães e do mundo perante o crescimento do estado nazi, a aceitação da caça e extermínio de judeus, ciganos e todos aqueles que não encaixavam na proclamada superioridade física ou ideológica do regime. Por mais que leia, não compreendo como foi possível aceitar a maldita eficiência dos campos de concentração. Mas a história tem recuos espantosos e agora compreendo um pouco, apenas um pouco: não é connosco, não mexemos uma palha, nem sequer temos a curiosidade (ou os remorsos?) de Mr. Klein. Vamos ficar na história como um bando de gente muito indiferente e muito cruel que compactua com o intolerável. Temos um peso enorme às costas.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral