Leio no jornal um texto sobre movimentos sociais no Porto que reivindicam o direito à habitação. A socióloga Inês Barbosa, que estuda o assunto, diz que são, quase sempre, fenómenos pontuais e efémeros. Na verdade, não devem ser considerados sequer «movimentos sociais» porque «não são consistentes e têm tendência a esfumarem-se com rapidez.» Tal como aparecem, por vezes até com algum impacto público, desaparecem no momento seguinte. É como se tudo à nossa volta seguisse hoje uma espécie de padrão facebookiano . Um protesto pelo direito à habitação tem o mesmo valor de uma publicação nas redes sociais: de manhã aparece no mural e gera «reacções», à tarde não.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral