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A água corre funda o homem não lhe chega Talvez a sensação mais forte e duradoura seja a estranheza: não se entra em "Cavalo Dinheiro" com passos conhecidos, neste filme tudo é tensão e distância, tudo é o contrário da revelação — uma impressão que cresce na sombra, excita e assusta, um arrepio. A água corre funda. Talvez isso venha da natureza dual de "Cavalo Dinheiro", aqui já não há um autor no sentido reverencial do termo. O filme é tanto de Pedro Costa como de Ventura, assistimos ao culminar da aventura arqueológica que começou em "A Casa de Lava": a análise dos vestígios materiais, mas também coisas tão abstractas como as manchas de humidade numa parede. Pedro Costa executa um trabalho intenso e meticuloso (verdadeiro ofício): a colocação exacta e gentil da câmara; o tempo dilatado e justo; as paredes portas e janelas assinalando um espaço real e perturbado (como se o real tivesse pernas e braços); um som que oprime (nos quartos) e liberta (o