Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta ventania

Um vento forte

Na estação de metro dos Aliados, está uma exposição de cartazes sobre o campo de refugiados de Moria, o lugar onde colocaram o inferno, em Lesbos. Durante a noite levantou-se um vento forte e uma parte dos cartazes descolou e caiu. Arrastam-se agora, sob a indiferença geral, pelo pavimento da estação.

Dois lados do muro

Leio o texto do Cioran, traduzido pela Cristina , sobre as pessoas que «sentem que estão de passagem», que têm «a sensação de ter entrado na vida como uma ventania», e lembro-me de uma notícia que li há uns dias. Um norte-coreano que tinha conseguido fugir para a Coreia do Sul, voltou para o norte. Ou melhor, fugiu para a Coreia do Norte, escalando uma barreira de cerca de três metros com arame farpado e arriscando assim a vida pela segunda vez, na fronteira mais vigiada do mundo. Na mesma notícia pode ler-se que este caso está longe de ser isolado: pelo menos outros trinta «desertores» norte-coreanos fugiram da Coreia do Sul para o norte nos últimos anos. Talvez esteja a confundir alhos com bugalhos. A misturar filosofia de sábios com tragédia de espoliados. Demasiado romantismo da minha parte. Demasiada ficção e pão na mesa. Sim, é o mais provável.