Os tipos da Sight and Sound acham que (ainda?) percebo alguma coisa de cinema e pediram-me para participar na lista dos melhores filmes de sempre. Como gosto de comédias de enganos, baralhei a lista de há 10 anos e mandei-lhes uma sequência de filmes para tempos difíceis . Para reforçar a ilusão, recuperei um texto que escrevi em 2012 sobre O Gebo e a Sombra : o início é enigmático (remete um disparate anterior) e o final muito estimulante. Dedico-o aos miúdos que protestam — que não lhes falte a garra. Uma saturação de signos magníficos Esquecendo o assunto russo , gostava de sublinhar o trabalho meticuloso de Manoel de Oliveira na construção de imagens e a forma como esses quadros — a palavra quadros traz já em si a luz, a construção de cores e da escuridão —, ancorando na história do cinema, nos levam por caminhos paralelos à história de Gebo, também eles plenos de significados. [A velhice de Manoel de Oliveira é um grande trunfo e seria benéfico iniciar uma...
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral