Passo o feriado a ler O Senhor Secretário , a magnífica novela de Henryk Sienkiewicz. A dada altura, o narrador conduz o leitor à igreja de Wrzeciadza. É domingo de manhã e o padre Czyzyk celebra a missa. Durante o sermão, o vigário evoca a «heresia dos maniqueus cataristas». O narrador comenta que não sabe a que propósito vem esta referência aos maniqueus cataristas na homília do vigário: «Não sei por que causa ou razão.» O tradutor, Isolino Caramalho , introduz uma nota de rodapé para esclarecer o leitor sobre estes misteriosos maniqueus cataristas: «Seita religiosa, cujos adeptos se entregavam a excessos vergonhosos.» Apenas isto. Nem mais uma palavra. Mas a que excessos vergonhosos se entregavam eles? Isso é que eu gostava de saber.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral