Hoje, no Público, Augusto M. Seabra escreve: É imperioso e de absoluta urgência ir ver em sala A Ilha dos Amores porque só o ecrã grande permite apreender a imensidão do filme. O DVD e as plataformas ficam para as revisões. Falámos disto em Coimbra. É o tema cinéfilo por excelência. Creio, aliás, que a influência grega de filos começa aí: a afeição precisa de contacto corpo a corpo, tensão física, um vínculo sensorial que só se concretiza plenamente numa sala escura e com uma tela grande. Este era o meu primeiro — deveria, talvez, dizer antigo? — raciocínio. Na contramão, Osvaldo Silvestre referiu e defendeu o exemplo do aluno de Armamar que se relaciona com o cinema noutra escala, que nunca viu um filme projectado numa sala dedicada à função. Na altura, e apesar de à partida e em todos os cenários aceitar qualquer tipo de relação, reduzi-a a uma actividade intelectual de olhos, ouvidos e cérebro, logo empobrecedora. Porém, aos poucos começo a dar-me conta que pode ser a...
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral