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1.º Maio

Se as denominações não estiverem correctas, se não corresponderem à realidade, a linguagem não tem objecto. Quando a linguagem não tem objecto, a acção torna-se impossível, e, por conseguinte, as empresas humanas desintegram-se: é impossível e vão geri-las. É por isso que a primeira de todas as tarefas de um verdadeiro homem de Estado consiste em rectificar as denominações. Quando Confúcio propõe rectificar as denominações como primeira tarefa para governar, está certo e fora do seu tempo — na eternidade, dir-se-ia  ( la mer allée avec le soleil ). Nós continuamos à espera que as rectificações sejam feitas. É preciso lutar por uma revolução na linguagem que não venha do mundo sinuoso e fraudulento das finanças nem de ideias políticas mesquinhas. ( Il est démontrable que chaque mouvement imprimé à l'air doit à la fin agir sur chaque être individuel. ) Ainda não experimentamos a fundo o poder da linguagem.  

Que não se muda já como soía

Depois de Serralves e da Casa da Música: Trabalhadores da empresa municipal Ágora - Cultura e Desporto do Porto (Batalha, Rivoli, Galeria Municipal, Campo Alegre, etc.) denunciaram "contratos precários" em equipamentos do município e reivindicaram melhores condições de trabalho. Em março,  o tipo que ganha 288 vezes mais  do que os trabalhadores do Pingo Doce disse que a fraca qualidade dos nossos políticos obriga-nos a pensar se não devemos mudar enquanto sociedade .  Sim, é urgente mudar, mas contra as práticas das empresas-sugadoras. Lutar por uma vida boa para todos.
Spartacus na sessão da tarde da rtp memória só pode ser um gesto político.  De um programador engenhoso ou do acaso histórico.

Pai

O meu pai faz hoje 80 anos. Agora não tenho tempo para contar a história da vida do meu pai, mas posso pelo menos dizer que é um digno representante da velha classe trabalhadora. Reformou-se tarde e continuaria a trabalhar se lho tivessem deixado. Como tantos outros, nunca soube o que fazer ao «tempo livre». Se um homem nasce é para trabalhar. É uma questão de honra, dignidade, enfim, de respeito. Hoje, 1.º de Maio, é o dia dele, o dia do velho trabalhador. Devíamos estar juntos, como sempre aconteceu neste dia, mas o vírus fechou-nos em casa. Sem bolo, sem velas, sem bandeiras vermelhas.