Aconteceu há mais de dez anos. Estávamos em Castelo Branco à procura do caminho para Belgais. Perguntámos num café à beira da estrada. O dono disse que era fácil: — Seguem em frente, vão encontrar uma árvore , viram à direita. Metemo-nos no carro. Havia muitas árvores a rodear a estrada. Continuamos a andar. De repente, reconhecemos a árvore . Sempre pensei que isto era uma cena perdida de um filme de Kiarostami que me tinha calhado em sorte. Afinal, também pode ser uma parábola apócrifa de Wittgenstein (reconhecemos a árvore porque estava em itálico).
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral