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Como se morre

Os relatos de Como se Morre , de Émile Zola são impressionantes pela forma como a proximidade e consumação da morte são descritos sem sentimentalismos nem uma palavra a mais. Pode-se, talvez, falar de uma escrita tendencialmente crua, limpa, realista, qualquer coisa desse género. É um trabalho exemplar que sabe ainda melhor dada a alarvice que por aí circula. Apesar de ter aderido logo ao espírito da obra, aos poucos comecei a perceber que Zola incorria noutro erro, mas já lá vamos, agora passo a palavra a V.S.T. que explica bem o caso na sua nota introdutória Zola porque sim : «Aqui temos, rapaziada, e em curtas páginas, Zola no seu melhor-do-costume — cinco-narrativas-cinco onde, com precisão de antropólogo social e numa prosa particularmente eficaz no desenho de personagens, situações e ambientes (em meia dúzia de parágrafos, eis descrito o universo das diferentes classes — da aristocracia altaneira ao proletariado miserável e ao campesinato, passando pelas burguesias gorda ...

«Diante da morte, tudo é impostura»

Tenho jeito para entrar no espírito do tempo : no sábado comprei e li Como se Morre , de Émile Zola (belíssima edição da &etc com colaboração gráfica d'O Homem do Saco); e hoje estou a traduzir o que Cioran escreveu em Outubro de 1966 sobre a morte da mãe. Não pára de chover.

Pouco apreço

Émile Zola, evidentemente, apressara-se a explorar a tese darwiniana segundo a qual o homem, assim como os restantes animais, tem de se adaptar ao seu meio ambiente; mas Ibsen detestava ser comparado a Zola, por quem tinha pouco apreço. “Zola”, comentou o dramaturgo certa vez, “desce ao esgoto para se banhar nele, e eu para o purificar.” Não sabemos ao certo até que ponto Ibsen conhecia a obra de Zola. Em 1882, o dramaturgo confessou a William Archer que não tinha lido nenhum dos seus livros. Michael Meyer , Espectros. Manual de Leitura.