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Por sua conta e risco

Miguel Ramalhete Gomes, no artigo  Censura e obsolescência : «A história da relação entre Heiner Müller e a censura na antiga República Democrática Alemã é complexa e não sem uma série de momentos inesperados. Curiosamente apenas poucas peças terão sido objeto de uma censura explícita que durou até à queda do Muro: mais notoriamente Mauser , mas também O Horácio , Cimento , Germânia Morte em Berlim , e A Máquina Hamlet . A partir de finais da década de 1960, repetia-se frequentemente o seguinte procedimento: um teatro propunha-se encenar uma peça nova de Müller, ou de outro dramaturgo, e, como era costume, enviava o texto para ser aprovado pelo Ministério da Cultura; o responsável, por vezes o próprio ministro da cultura, chamava então o diretor do teatro, comunicava-lhe as suas apreensões e dizia-lhe que poderia encenar a peça por sua conta e risco. Este encorajamento à autocensura tendia a resultar, exceto em casos excecionais. A partir da década de 1970, à medida que Müller come...

Tudo o que pretende é descansar

Num quarto duma casa de prostituição Berta chega ao último degrau da miséria e da doença. Mentalmente transtornada não sabe que fazer nem para onde ir. Tudo o que pretende é descansar, continuar deitada naquela cama onde jaz há alguns dias, antes de voltar para o trabalho. A acção limita-se ao diálogo travado com outras senhoras do mesmo meio: Goldie e Lena. A peça, em 1 acto, termina bruscamente (no presente original parece mesmo estar incompleta). É difícil, e neste momento desnecessário, discorrer sobre tão educativa obra de Tennessee Williams, traduzida pelo ilustre comediógrafo Luís Francisco Rebelo, e que a Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul pretende levar à cena. Reprova-se. 10-IV-61 Relatório do censor Alambre dos Santos sobre a peça Saudades da Berta , que a Sociedade de Instrução Guilherme Cossoul queria levar à cena em 1961. Citado por Eugénia Vasques em Tennessee Williams e a Censura em Portugal (1956-1972) .

They banned the films

In the end, I always managed to do everything I wanted in the Soviet Union, even if my films were banned (...). By the same token, if you were banned, you were someone who was respected. (...) During that time, 120 filmmakers worked for the regime, as cinema was an instrument of propaganda. Nevertheless, one cannot say that the censors were too severe. They banned the films, but they respected the filmmakers. It gave them headaches... They allowed us to finish the film, before banning it. Otar Iosseliani.