Geralmente deixo as notas, prefácios e esse género de informações adicionais para o fim, gosto de saber do que falam para concordar, divergir ou ignorar — e como é que posso saber isso antes de ler os contos, o romance ou o que seja? Bom, costuma ser assim mas na “Guerracivilândia em Mau Declínio” baldei-me para a regra. É o meu terceiro livro de contos de Saunders, já deixei crescer um intenso afecto pelo autor, por isso fui direita às notas das últimas páginas sobre as circunstâncias em que o livro foi escrito (segmento: o escritor é o escritor e as suas circunstâncias). Como é habitual nos contos, também aqui: é tudo divertido e sórdido, Saunders revela uma extraordinária capacidade de desenrolar frases vulgares (um maná para os tradutores) sobre cenários complexos, as personagens passam a vida a tropeçar e a elevar-se, as situações complicadas tendem a complicar-se ainda mais antes de estourarem de modo suave. “Subitamente, senti-me como se estivesse a levar um enxerto de porr
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral