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Dos jornais XXXVIII

As senhoras da limpeza têm um verdadeiro sentido escatológico da vida das famílias ou empresas para quem trabalham. Aprendi isso nas viagens de autocarro e em muitas conversas pedagógicas. Agora também posso juntar os partidos:  A senhora que limpava a sede do partido revela que «por vezes a sede parecia uma taberna! Rasca! Enfrascavam-se de uma maneira… Se esta gente governasse o país, eu emigrava…»  Creio que temos aqui uma definição lapidar de choldra.

Conceição Ramos

A primeira experiência em Lisboa chocou Conceição. “Ficava fechada em casa. A patroa só me deixava sair quatro horas de 15 em 15 dias. Dizia que era para salvaguardar a minha honestidade, a minha pureza.” Com tal desculpa, tinha-a sempre à disposição para fazer mais isto e aquilo e aquele outro. “Às vezes, ia à casa de banho só para me sentar na sanita e passar pelas brasas. Era só um bocadinho, para aliviar.”

Abrir os olhos

Ainda está por estudar a importância dos autocarros na politização das senhoras da limpeza. É aí que estas mulheres se encontram e conversam sobre as suas condições de trabalho, comparam ordenados, discutem a legislação laboral. É um movimento espontâneo, dura o tempo de uma viagem, não tem a força dos sindicatos, mas é um princípio e uma vontade contra a exploração. Como elas dizem, serve para abrir os olhos.