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Verão quente em Talamanca

Um francês pergunta a um delegado sindical sueco: “Que pode ainda desejar um operário na Suécia? Tem tudo, não pode querer mais nada”. O delegado responde: “Sim, um segundo quarto de banho”. Emil Cioran, Caderno de Talamanca, agosto de 1966.

A classe operária apanha o elevador e sai no 13º andar

Não sou de comprar muitas coisas. Nunca fui. Vivo no mesmo apartamento há trinta anos; o carro tem mais de vinte. Roupa, só a necessária. Tralhas para a casa, nem pensar. Houve um tempo em que comprava livros e filmes, mas também me deixei disso (vou à biblioteca ou releio, aborreci-me um bocado com o cinema). Deixei de fumar. Aproveito tudo até ao fim, consumo cada vez menos. Neste momento só gasto dinheiro em coisas básicas tipo água, electricidade, de comer e beber, transportes, dentista. Apesar do rendimento familiar ser baixo, sobra mais ou menos um terço todos os meses — sem esforços. O dinheiro serve-nos para pouco. Já fiz as contas, quando ficar sem emprego (não falta muito) posso viver dos rendimentos. Pareço a minha avó que com pouca comida, enchia uma mesa; e com uns trocos, juntava dinheiro. Uma versão letrada e manhosa da minha avó.

A classe operária vai ao paraíso

O sorbetto de ananás dos Açores e manjericão da gelataria Portuense (rua do Bonjardim) é o sabor mais próximo do  paraíso  que já provei.