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Observações avulsas sobre a boavista #34

Ai Weiwei até pode não ser um artista notável, mas é um provocador bastante activo. A imagem de “Entrelaçar” (ele nu entre melancias, ananases, bananas, tomates e outros frutos), que está nas bandeirolas à entrada da Marechal, perturba a compostura burguesa da zona e isso é sempre digno de apreço.

Às vezes, por mero acaso,

estabelecemos relações entre duas coisas que não têm nada ou apenas pouco a ver uma com a outra. A fotografia de Martin Parr misturou-se com a leitura de “A doce pomba morreu” sem eu dar conta e, mesmo não acreditando no diálogo entre os dois, comecei a ver as antiguidades de Humphrey, o chiffon e outros tecidos vaporosos de Leonora, os casacos de tweed de James, as paredes forradas a papel, com as cores saturadas de Parr. (A palavra javardice aplica-se aqui na perfeição, mas claro que é preferível dizer “contaminação”.) De qualquer das formas, para aliviar a intensidade das cores, hoje de manhã resolvi comprar frésias e camélias e dispô-las numa jarra antiga. Sigo para o “Quarteto no outono”. Por este andar vou acabar a fazer bolos às camadas.