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Energúmeno

(...) E num editorial do Trumpet , Keck qualificou o discurso de Ladislaw num comício sobre a Reforma como «um ultraje de energúmeno — uma miserável tentativa de ocultar com um fulgor de fogo-de-artifício a petulância de afirmações irresponsáveis e a pobreza de umas ideias tão novas quanto baratas».  — Aquilo é que foi uma tunda, Keck, o seu artigo de ontem — disse o Dr. Sprague, com intenções sarcásticas. — Mas o que é um energúmeno?  — Oh, é um termo que apareceu com a Revolução Francesa — disse Keck. Middlemarch, de George Eliot. Tradução de José Miguel Silva. Relógio d’Água, novembro de 2011.

O expediente de uma grande princesa

Quando Maria Antonieta disse ou não disse “comam brioches”, isso devia ter sido entendido literal e metaforicamente. Não como um aparte de alguém que está alienado do real, mas como mais um ponto a reivindicar: liberdade, igualdade, fraternidade e riqueza para todos.  Com o tempo, será possível chegar a uma definição de riqueza justa? Nada em excesso, nada que falte.

Mas, na manhã seguinte

(Depois dos espargos, do folar de azeitonas, do salmão fumado e do vinho do Douro — fórmula petisco improvisado — não me apeteceu trabalhar. Sentei-me na varanda a aproveitar o sol e a ler mais umas páginas d’ O Leão de Belfort e agora já sei demasiado, pelo que vai ser difícil defender a crítica a uma obra baseada apenas num parágrafo. Vou tentar não fugir do risco. Dentro do possível.) A questão geográfica. No excerto referido é apenas o parêntesis (ou seja, a Paris), a Rue Lemercier e o bairro de Batignolles, mas isso basta para prevermos (o plural define os leitores habituais do Alexandre Andrade) deambulações várias pela cidade, viagens de metro e autocarro. E, num salto completamente bem executado, a geografia mistura-se com a arquitectura, e entramos nas casas quase sempre pequenas e alugadas, nos quartos, nos corredores e escadas. É uma espécie de guia, mas ao contrário, em que o objectivo principal (a esperança, diria até) é desviar-nos do caminho certo. Ou, pelo menos, enc