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A mostrar mensagens com a etiqueta leitura

Não desejo isto a ninguém, nem mesmo ao pior inimigo

(...)  A leitura de um livro é, hoje, para muita gente, um acto anacrónico, anti-democrático, sem qualquer força de atracção para quem se habituou a tudo o que é interactivo. Num livro recente, Pouvoirs de la lecture. De Platon au livre électronique , o filósofo e musicólogo francês Peter Szendy, professor numa universidade norte-americana, começa por se referir a esse imperativo da leitura e conta como se sentiu espantado por uma série de decisões judiciais que prescreviam a leitura como pena a cumprir pelo réu. A primeira história que ele conta, leu-a no Courrier international em Julho de 2009 e tinha como título Pior do que a prisão, a leitura . Tratava-se aí da condenação de um cidadão turco, condenado por um tribunal do seu país a quinze dias de prisão, uma pena comutada em obrigação de ler uma hora e meia por dia, sob vigilância policial, durante alguns meses. Quando um jornal local perguntou ao indivíduo sentenciado como é que ele sentiu a sua entrada, pela primeira vez, na bibl

Tempo para ler

A certa altura do seu diário, Gombrowicz fala de um outro autor polaco, Zbyszewski, que tem uma explicação para a «crise da literatura»: «a literatura não tem hipótese em consequência da crise do sector dos serviços domésticos, pois, por falta de empregadas, as senhoras não têm tempo para ler.» Muito acertado e muito lógico. Mas ainda há esperança. Com os novos e modernos robôs de limpeza, que infelizmente ainda não existiam no tempo de Zbyszewski, as senhoras já podem voltar a ler. Talvez os robôs ainda tenham chegado a tempo de salvar a literatura. Uma proposta de campanha publicitária para os supermercados Fnac: compre um livro e receba grátis um robô de limpeza.