A influência de Rohmer em Têm de vir vê-la é visível e, acho que o posso dizer, assumida: homens e mulheres a conversarem sobre isto e aquilo, a cidade e o campo, os gestos vulgares do dia a dia, e até o livro de um filósofo; tudo isso confere o parentesco. Mas, talvez porque não falam em francês, as personagens de Jonás Trueba são mais soltas, o que dizem é mais inconsequente ou fica a pairar. Só no fim, quando Elena (maravilhosa Itsaso Arana) se afasta e se agacha para fazer chichi entre as ervas e desata a rir — uma das cenas mais bonitas que vi nos últimos tempos no cinema —, percebi de onde vem esta doçura que se espalha pelo filme como um som ou uma dança. Ah!