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«Nos filmes que vi, aparecia frequentemente uma criança como personagem principal. »

Já tenho uma lista de alguns filmes que Robert Walser viu e outra de filmes baseados em textos seus. Agora estou a fazer uma muito mais divertida: filmes que talvez agradassem a Walser. The Kid (1921), de Charles Chaplin. The Three Musketeers (1921), de Fred Niblo. Dr. Mabuse, der Spieler (1922), de Fritz Lang. The General (1926), de Buster Keaton. La Nuit du Carrefour (1932), de Jean Renoir.  Vampyr (1932), de Carl Dreyer. Zéro de Conduite (1933), de Jean Vigo.  The Night of the Hunter (1955), de Charles Laughton. Judex (1963), de Georges Franju. Cours du Soir (1967), de Nicolas Ribowski. Цвет граната (1969), de Sergei Parajanov. Peau d'Âne (1970), de Jacques Demi.  Quatre Nuits d'un Rêveur (1971), de Robert Bresson. Parade (1974), de Jacques Tati. Silvestre (1981), de João César Monteiro. Maine Océan (1986), de Jacques Rozier. Who Framed Roger Rabbit (1988), de Robert Zemeckis. Van Gogh (1991), de Maurice Pialat. 여행자의 필요 (2024), de Hong Sang-soo. Aceitam-se contributos....
Os tipos da Sight and Sound acham que (ainda?) percebo alguma coisa de cinema e pediram-me para participar na lista dos melhores filmes de sempre. Como gosto de comédias de enganos, baralhei a lista de há 10 anos e mandei-lhes uma sequência de filmes para tempos difíceis .  Para reforçar a ilusão, recuperei um texto que escrevi em 2012 sobre O Gebo e a Sombra : o início é enigmático (remete um disparate anterior) e o final muito estimulante. Dedico-o aos miúdos que protestam — que não lhes falte a garra.  Uma saturação de signos magníficos  Esquecendo o assunto russo , gostava de sublinhar o trabalho meticuloso  de Manoel de Oliveira na construção de imagens e a forma como esses quadros — a palavra quadros traz já em si a luz, a construção de cores e da escuridão —, ancorando na história do cinema, nos levam por caminhos paralelos à história de Gebo, também eles plenos de significados. [A velhice de Manoel de Oliveira é um grande trunfo e seria benéfico iniciar uma...

Locais de filmagem em Paris:

Jardim de Luxemburgo, fora e dentro do gradeamento. Em frente ao liceu Montaigne.  Interior e esplanada do café Les Deux Magots . Interior do café de Flore . O café Le Saint-Claude . Interior de La Rhumerie . Le Train bleu , restaurante na estação de Lyon, O apartamento do amigo, rue du Commandant-Mouchotte . O apartamento de Marie (de Catherine Garnier), rue de Vaugirard . A boutique de Marie (de Catherine Garnier), rue Vavin. Um cais do Sena, à noite. O quarto de enfermeira nas águas-furtadas do hospital de Laennec, rue de Sèvres .  Algumas ruas do Quartier Latin .   Em Paris, Antoine de Baecque.

Ponto, linha. Nada.

Natasha sai para comprar pão e deixa o pai e Jeanne a preparar o jantar — é uma estratégia de aproximação. Eles quase não se conhecem, sentam-se à mesa, um ao lado do outro, de frente para a câmara: Jeanne corta salame, Igor corta tomates. Nem prestei atenção ao que dizem, todo o interese vai para os movimentos dos corpos. É um dos clímaxes do filme (directo para a lista de cenas com pessoas a descascar e cortar coisas de comer). Mas o melhor do filme não é um ponto, é uma linha — algo que se desenrola do princípio até ao fim: não se passa nada (lista de filmes onde não se passa nada). Como diz Rohmer, quando parece que vai acontecer alguma coisa, não acontece. Tirando o desaparecimento e descoberta do colar (Hitchcock e Poe em versão primaveril), nada mais. Isso — chamemos-lhe buraco, ausência, vazio ou nada —, muito mais do que as conversas temáticas, é que faz de Conto da Primavera um filme extremamente filosófico (lista negra).

Vai-me à loja e traz-me o troco

A Bertrand propõe-me oficinas, workshops e cursos online para aprender a pensar e escrever melhor. A “oficina pensar dentro da caixa” ensina, entre outras coisas, a escrever listas de compras criativas. Custa vinte e cinco euros. Não é só no Douro que um crocodilo é uma lontra.

A fim de Wittgenstein

Vinha a descer Antunes Guimarães e, sem dúvida por causa do sol quente (o letreiro da farmácia marcava 18°), lembrei-me de fazer uma lista de músicas para Ludwig Wittgenstein. Já existe esta. Mas não estava a pensar nas preferências do filósofo —  é ao contrário; as músicas é que estão a fim de Wittgenstein ou de qualquer coisa que Wittgenstein tem. False documents (Laurie Anderson), Vitamin (Kraftwerk), In a manner of speaking (Tuxedo Moon), Bach: The Goldberg Variations — todas as versões de uma ponta à outra (Glenn Gould), Language is a virus (Laurie Anderson), I'm the walrus (The Beatles), Ohm, sweet Ohm (Kraftwerk),  4’33’' (John Cage), Proverb (Steve Reich), If you can't talk about it, point to it (Laurie Anderson),

A casa no meio da floresta

Ainda não comprei “As peças que faltam” de Henri Lefebvre. Por preguiça, mas também pela diversão de ir juntando itens à lista (no desconhecimento). Acabei de acrescentar as “Investigações Filosóficas”, de Ludwig Wittgenstein, em verso. A verdadeira casa no meio da floresta.