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Humanos

Nós vimos aquele imenso clarão azul no céu. Estávamos a chegar a casa, no sábado à noite, vindos da Baixa. E, de repente, aquela coisa. Aquela coisa a acontecer. Aquele espantoso clarão azul por cima das nuvens. Só na manhã seguinte, soubemos pelo jornal que se tratara de um meteoro. A ciência deu uma explicação, mas durante uma noite fomos verdadeiramente humanos: não tínhamos uma solução para o mistério.

Como seres humanos e não como livros

No seu estado parcialmente inebriado, Falk sentia-se muito bem: aquele sítio era quente, luminoso, barulhento e fumarento, e encontrava-se rodeado de pessoas cujas vidas prolongara por algumas horas e que, por conseguinte, estavam tão contentes quanto moscas reavivadas pelos raios do sol. Sentiu-se parte de uma unidade que com eles formara, uma vez que, no geral, eram infelizes, modestos e educados; percebiam o que ele dizia e, quando falavam, expressavam-se como seres humanos e não como livros. August Strindberg, O salão vermelho . Tradução de João Reis.