Uma cena de L’Espoir , de André Malraux e Boris Peskine: uma colecção de borboletas presas com alfinetes no interior de uma moldura. A moldura está pendurada na parede de uma escola primária ocupada por republicanos, numa aldeia da Catalunha. As borboletas soltam-se com o impacto das bombas falangistas. Despenham-se, de asas muito abertas, como aviões minúsculos, no fundo da moldura. Morrem uma segunda vez. Nenhum céu é seguro para as borboletas.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral