Já reparou que cada editor floresce apenas numa determinada época? As oficinas Frobenius e Froschauer na Idade Média; a editora Cotta com a ascensão da burguesia; os mestres Cassirer no dulci jubilo do período anterior à guerra; Sami Fischer numa Alemanha jovem, que se liberta do poder imperial; o aventuroso Ernst Rowohlt no casino do pós-guerra. Cada um tem a atmosfera de que precisa para desenvolver a sua actividade e ficar rico. Robert Walser, citado por Carl Seelig. Que editor floresce na época do facebook, do instagram e das mil redes sociais? Não estou certo de que a resposta esteja nas grandes editoras, que ainda funcionam segundo a lógica comercial tradicional. Talvez os casos mais bem sucedidos sejam, à sua escala, as “editoras” que alimentam em nós a ideia de que todos somos poetas e romancistas, de que todos temos uma palavra a dizer, de que editar um livro é tão simples e “natural” como publicar uma selfie no instagram. Em Portugal, mais do que a Porto Editora ou a Ley...
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral