Um verso de Paul Éluard: «As estradas que ela arrasta atrás de si são os seus animais domésticos...» Eu, que nunca tive um cão ou gato, gosto de imaginar as estradas como animais domésticos. Levar as estradas a passear. Tirar-lhes a trela e deixá-las correr pelo jardim e pela praia. Trazê-las para casa. Dar-lhes biscoitos. E um dia, talvez, acordar com uma ninhada de estradas entre o armário da sala e a parede. Quem sabe?
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral