Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta humidade

Amanhã

Chuva, chuva, chuva sem fim. As paredes pingam, cursos de água atravessam o chão da cozinha, a roupa jamais secará. Amanhã, ao acordarmos após sonhos agitados, vamos ver-nos na nossa cama, metamorfoseados em monstruosos anfíbios.
Da humidade e do cotão — uma perspectiva sobre a obra de João César Monteiro Podia ser uma tese de setecentas e tal páginas com frases transparentes e pensamentos densos, densos de tudo aquilo que se lhes escapa .

Território espiritual

A maior parte das vezes também penso que não deveríamos dizer nada sobre Robert Walser — uma gentil retribuição da nossa parte. Mas somos sempre tentados, ah! descobrir uma palavra particular, uma frase, uma imagem que nunca ninguém viu e que se aproxime da doçura e da crueldade e que tenha profundidade não saindo do mais rasteiro e por aí fora no desvario. Acabamos afogados (João César Monteiro, por exemplo, afogou-se na escuridão e na humidade com extrema verticalidade), mas isso também não é mau. Porque em Walser é sempre tudo bom e alegre, mesmo quando choramos. Principalmente quando choramos.