O hotel fica numa rua relativamente estreita, que conduz directamente à avenida principal da cidade, a avenida do Marechal Tito. De um lado e do outro, prédios de quatro ou cinco andares, construídos entre os anos 60 e 70. Edifícios banais de habitação, como quaisquer outros de qualquer outra cidade da Europa Central. Fachadas manchadas pelo fumo dos carros, varandas com mesas e cadeiras de praia, janelas com venezianas. Mas se olharmos com mais atenção, as fachadas destes prédios são tudo menos banais. Há marcas de bala e de estilhaços de morteiro um pouco por todo o lado. No edifício em frente ao quarto do hotel conto mais de vinte destas marcas. Não se vêem de imediato, é preciso afastar um pouco a cortina.
de Cristina Fernandes e Rui Manuel Amaral