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Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta lua

E depois.

(...) Ou talvez a própria vida seja uma espécie de arte de má qualidade. Não tem enredo propriamente dito e os temas são arbitrários e confusos. Uma história vai decorrendo e depois é abandonada e depois as personagens reaparecem e depois morrem sem razão aparente e sem seguir uma ordem dramática particular.  E temos tantas vozes interiores que nos dizem o que devemos pensar, o que devemos fazer, onde devemos ir. É como se houvesse demasiados argumentistas a trabalhar a noite inteira, como os autocarros vazios que circulam pela cidade durante a noite, sem passageiros. Como que em piloto automático.  E depois, por baixo disso tudo, está o subconsciente. Sempre a tentar comunicar. Mas o problema é que não pode usar palavras. Não conhece nenhuma palavra. Por isso mostra-nos coisas. Vês este azul? O que é que te faz lembrar? E uma pessoa pode passar anos a tentar decifrar estas mensagens.  E depois há os buracos da linguagem. Cá está um. Vou esconder-me aqui durante alguns minutos antes de

Do outro lado do mundo

São oito e vinte da manhã. Saio para uma curta caminhada antes do trabalho. No céu limpo, resta ainda uma lua gigantesca, sem brilho, deixada para trás pela noite. Talvez do outro lado do mundo, um caminhante nocturno esteja agora a sondar, intrigado, o céu escuro, sem nuvens e sem lua.