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Sarajevo II

Em muitos prédios da cidade, há uma placa com o aviso «Perigo de derrocada da fachada». Mais uma coisa que não é imediatamente óbvia para um estrangeiro que não domine a língua. Só me apercebi dessa espécie de padrão após várias caminhadas. Decorridos 30 anos sobre o cerco, porque é que ainda não se renovaram as fachadas e se apagaram os traços das balas e dos morteiros? Imagino a resposta: porque na Bósnia o dinheiro é pouco e o que existe é para usar nas coisas essenciais à vida.

Sarajevo

O hotel fica numa rua relativamente estreita, que conduz directamente à avenida principal da cidade, a avenida do Marechal Tito. De um lado e do outro, prédios de quatro ou cinco andares, construídos entre os anos 60 e 70. Edifícios banais de habitação, como quaisquer outros de qualquer outra cidade da Europa Central. Fachadas manchadas pelo fumo dos carros, varandas com mesas e cadeiras de praia, janelas com venezianas. Mas se olharmos com mais atenção, as fachadas destes prédios são tudo menos banais. Há marcas de bala e de estilhaços de morteiro um pouco por todo o lado. No edifício em frente ao quarto do hotel conto mais de vinte destas marcas. Não se vêem de imediato, é preciso afastar um pouco a cortina.