Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta Henrik Ibsen

Andar para a frente e para trás

Quando comecei a ler «Pudor e dignidade», de Dag Solstad, não sabia que isso me iria obrigar a ler «O pato selvagem», de Ibsen (porque é que nunca tinha lido esta peça antes?) e reler «Derrubar árvores — uma irritação», de Thomas Bernhard.  Calhou bem, Bernhard é extremamente apropriado para opor ao cheiro a podre que emana da campanha eleitoral.

Pouco apreço

Émile Zola, evidentemente, apressara-se a explorar a tese darwiniana segundo a qual o homem, assim como os restantes animais, tem de se adaptar ao seu meio ambiente; mas Ibsen detestava ser comparado a Zola, por quem tinha pouco apreço. “Zola”, comentou o dramaturgo certa vez, “desce ao esgoto para se banhar nele, e eu para o purificar.” Não sabemos ao certo até que ponto Ibsen conhecia a obra de Zola. Em 1882, o dramaturgo confessou a William Archer que não tinha lido nenhum dos seus livros. Michael Meyer , Espectros. Manual de Leitura.

Os que regressam

Espectros , de Ibsen. Na  encenação de Nuno Cardoso , o fantasma do Capitão Alving está literalmente em palco ao longo de toda a peça. Move-se entre os vivos, senta-se à mesa com eles, olha-os nos olhos, fuma e bebe, está em sua casa. Não é só um espectro, é uma força viva. Acompanhando de perto os gestos do fantasma (Rodrigo Santos), não sei se é ele que assombra a existência dos vivos ou se são os vivos os verdadeiros fantasmas que assombram e aterrorizam o espectro do Capitão Alving.